quinta-feira, 4 de março de 2010

Podemos mudar quase tudo em nossas vidas...

... menos as nossas paixões.

Será?

Ouvi essa frase em um filme outro dia (O segredo do seus olhos), e ela chamou minha atenção. Não sei porque fiquei intrigada com ela. Só sei que no mesmo momento eu quis encontrar alguma paixão que tenha me acompanhado a vida inteira. Então eu acabei fazendo uma retrospectiva, e não é que encontrei a tal paixão?

Quando eu era criança, eu gostava de brincar com bonecas. Como boa parte das meninas com menos de 10 anos, até hoje. Eu gostava de brincar com bonecas, assistir desenho animado, andar de bicicleta, patinar e desenhar. Desenhar qualquer coisa, mas desenhar.

Quando eu era adolescente, eu gostava de ler. Gostava de ler, queria aprender mais sobre o mundo, sobre a física, sobre a história. E queria pintar. Qualquer tempo livre que eu tinha, eu ia pra minha aula de pintura a óleo, pintura em gesso, pintura em qualquer lugar... e isso me libertava da minha "traumática" vida juvenil. No momento mais triste da minha vida, adivinhem o que eu estava fazendo? Pintando. Quem diria?

Já na faculdade, eu deixei de pintar. Muitos cálculos, muitas noites em claro, muitas preocupações. Era a simulação que não deu certo, a lista que eu deixei de fazer, o estágio que eu tinha que procurar, a prova de TECOM...
Mas lá estava eu aprendendo a fazer mosaico.

E na única parte da minha vida (o mestrado) em que eu deixei de fazer qualquer coisa "artesanal", o que aconteceu? Tudo desandou...
Larguei o mestrado, me perdi no caminho, cheguei até a achar que eu não sabia mais quem eu era, o que eu queria da vida.
Fiz um blog (este, por acaso), não me encontrei.
Fui pra outro país, não me encontrei.
Fui estudar pra concurso, não me encontrei.
Encontrei um outro alguém, mas não me encontrei.

Voltei a fazer mosaicos, me reencontrei.

Voltei pro mestrado, tudo deu certo de novo. Claro que não foi só pelo mosaico, ou pela pintura (nem a causa, nem a consequência), mas confesso que ele teve um grande papel nisso tudo.

Vale a pena viver sem a sua paixão?
Você é você mesmo, sem a sua paixão?

Voilá! O artesanato (a arte?) é minha paixão, mesmo que eu a tenha renegado ao longo da vida.

Qual é a sua?






3 comentários:

Zaíra Bosco disse...

Que coisa! Pensei e repensei... não tenho nenhuma paixão! Snif, snif.
Eu gosto muito de chocolate. Serve?
Se bem que, pensando bem...depois que encontrei o Cris foi dando tudo certo.
:)

Anônimo disse...

estou numa fase sem paixão na vida. com medo de desandar tudo por aki. SOU louco pela minha profissão, mas mesmo assim está sendo mto mais obrigação e menos prazer. e agora? rs

beijos
e estou tentando me reapaixoanar pelas coisas q me importam.

Maria Lopes disse...

nossa!! que bom que a senhorita voltou pro blog!!! que texto mais bonito!! tambem andei pensando sobre essa frase.. acho que minha paixão é ler/escrever. A arte me encanta, me deixa feliz, mas paixão mesmo, que não dá pra viver sem, é essa... faz viver,sabia?! ;)