sexta-feira, 12 de março de 2010

Arrumando as malas!




Nossas vidas seriam tão mais fáceis se sempre pudéssemos arrumar as malas. Pegar o essencial, deixar pra trás o resto. Deixar pra trás a vida. A realidade. As incertezas. Os erros...

Partir.

Partir. Sem rumo, sem destino. Apenas com o essencial, a curiosidade e aquele friozinho na barriga, de quem não sabe o que vai acontecer depois. Aquele friozinho do primeiro dia da escola, do primeiro beijo, da primeira viagem de avião, do primeiro amor...

Partir sem destino, e recomeçar.

Recomeçar como se nada houvesse acontecido até aquele instante. Como se tudo fosse o agora, o hoje, sem antes ou depois. Sem erros, sem arrependimentos, sem palavras não ditas. Só uma inexplicável vontade de ser feliz...

Ser feliz como se ninguém estivesse olhando. Como se ninguém te conhecesse e você pudesse ser, finalmente, quem você é. Sem se preocupar com os outros. Com os rótulos. Com o convencional. Com o que vai acontecer amanhã ou depois. Ser feliz, como se sua felicidade não causasse impacto na felicidade de mais ninguém. Ser feliz por você mesmo, e com você mesmo.

E quando, finalmente, a rotina do não casual ficasse cansativa, poderíamos, enfim, desfazer as malas. Juntar o essencial ao resto. Voltaríamos para casa, revigorados, com aquele ar juvenil que só quem enfrentou o incerto pode ter...

Voltar pra casa.

Aproveitar aqueles segundinhos de nostalgia. De saudade. Curtir o sabor do retorno. Acostumar-se à rotina.

Até o dia em que aquela inquietação costumeira aparecer novamente, nos convidando para conhecer (de novo) o desconhecido, e a recomeçar como se fôssemos outros. Num mundo perfeito.

2 comentários:

Zaíra Bosco disse...

Você definiu o que pra mim significa viajar, fora a parte do "sem destino". Por isso é tão bom. Mas não consigo viver assim, viajando, no dia-a-dia. Preciso de rotina, de amarras, senão me perco completamente e nada caminha.

Renan disse...

Muito bonito o seu texto. Gostei bastante dele...bastante bastante. Eu acho que uma das melhores partes de viajar é...voltar pra casa. E é assim que eu me sinto hoje, agora: já viajei demais, e agora quero voltar pra casa

e pro seu lado.