quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Bonheur

Je suis trés heureuse maintenant...

O despertador toca as 7:00.
Por que eu tenho que acordar?
Estou de férias!!! Mas nem parece....

Pra mim, férias estão associadas a preguiça. Momentos de solidão no sofá, no parque, ou aquela solidão gostosa que é acompanhada por um bom livro. A solidão que me faz acordar e ir patinar, ouvir música e pensar na vida, na preguiça, e no dia de voltar a estudar.
Essas férias são diferentes. Primeiro porque não são férias. Foi um grito de desespero, um "basta", um "o que eu estou fazendo da minha vida?" que pela primeira vez, em anos, eu consegui compartilhar com todo mundo. São férias de reflexão, mas que ainda não desempenharam muito bem a sua função...
A solidão das férias, dessa vez é acompanhada. Acompanhada por alguém que só poderia mesmo existir dentro da minha curva de probabilidades, e por isso mesmo, eu ainda custo a acreditar que é de verdade. Será uma ilusão? Alguém me belisca? Alguém que me surpreende a cada palavra, a cada linha, a cada refrão... você que alegra minhas tardes, minhas férias, minha vida. Faz até o meu prejuízo parecer gostoso e divertido...
Alguém que eu vou abandonar por um tempinho, enquanto eu realizo outro sonho...
Mas pode deixar, que eu volto logo ;)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Is this real, or am I dreaming?

O mundo está caindo, mas eu estou feliz. A vida não parece real, tudo está tão bom...

Is this real, or am I dreaming?

 O calor não incomoda tanto. Os dias passam felizes, vagarosos e prazerosos como sempre deveriam ser. A companhia é tão agradável que dá vontade de pedir pro tempo parar...

Mesmerized by your smile and the way it lights up under your eyes

 Não sinto ansiedade, mas aquele frio na barriga insiste em não passar. Faltam 9 dias. NOVE DIAS, mas eles não enchem minha mente (como deveriam encher, afinal, eu já espero por isso há 8 anos) Os dias passam e, só por alguns segundos, eu lembro dos nove dias. Era pra ser assim mesmo? Eu acho que não! Mas está tão bom...
Quando eu lembro dos nove dias, eu lembro que já fazem 8 anos que eu ouvi a primeira nota, a primeira frase, que eu senti meu coração disparar por aquela música. Fazem 8 anos. E quanta coisa mudou nesses 8 anos... será que eu ainda posso dizer que "eu" ouvi aquelas primeiras notas? Porque esse "eu" atual, é diferente daquele "eu". 
Eu sinto até alguma saudade daquele "eu". Daqueles sonhos, daquelas expectativas, daquela vida, daqueles amigos. Mas, o que eu posso dizer é que esse "eu" atual é melhor! Felizmente, esse "eu" não quer cantar :P

23 and so tired of life, such a shame to throw it all away

Mas, definitivamente, esse "eu" foi influenciado por aquele momento de 8 anos atrás. Posso dizer que conhecer a Dave Matthews Band mudou a minha vida. 

Amazing what a minute can do

Não vou falar que a banda mudou minha vida porque eu sigo religiosamente o que as letras das músicas dizem ou que eu tenho uma foto do Dave no teto do meu quarto (calma, eu não tenho :P). Mas eu posso dizer, sim, que conheci pessoas maravilhosas só por gostar de DMB e que elas mudaram a minha vida. Posso dizer que vivi coisas momentos inesquecíveis com essas (e outras) pessoas, e que ainda espero viver muitas outros. 

See you and me, have a better time than most can dream

E faltam só 9 dias! Só 9 dias pra realizar esse sonho...

Dream, little darling. Dream...

 O mundo está caindo, estou cheia de dúvidas, cheia de incertezas, mas por outro lado eu estou feliz, feliz, feliz, como há muito tempo não me sentia e ainda existe (muito)  pra comemorar, não é maravilhoso?

Celebrate we will 'cause life is short but sweet for certain


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Vinicius, o filme




O filme que eu vi é do Vinícius. A música é do Tom, mas essa versão é cantada pelo Toquinho. Três motivos para amar a "poesia-música" brasileira. E todos os motivos para pegar (algumas) palavras emprestadas.

Esse seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso acreditar
Doce é sonhar é pensar que você
Gosta de mim como eu de você
Mas a ilusão
Quando se desfaz
Dói no coração
De quem sonhou, sonhou demais
Ah, se eu pudesse entender
O que dizem os seus olhos

sábado, 13 de setembro de 2008

Souvenirs

Outro dia descobri que o verbo "Souvenir" em francês significa lembrar-se. Sim, eu demorei um bocado para perceber, mas mesmo sendo óbvia, fiquei encantada com a descoberta. 
Souvenir é uma lembrança! Uma lembrancinha, uma recordação. Como canceriana, eu adoro recordações e lembrancinhas que me façam voltar ao passado (mas não viver só dele, apesar de ser vascaína. =P). 
Engraçado ver a infinidade de associações que nós fazemos com simples objetos, fotos, cheiros ou músicas. Não importa quanto tempo tenha se passado desde um determinado acontecimento que, quando você olhar para a sua lembrancinha, os sentimentos vão voltar. A alegria de ter encontrado alguém querido, a dor da perda (cheiro de lavanda), as tardes preguiçosas da sua infância (coca-cola de garrafinha) ou a ansiedade "pré-prova". Essa última eu associo a "Hey Jude" dos Beatles, graças a Taíssa. 

Eu posso dizer que a minha vida é uma coleção de "souvenirs" de todas as formas, cores, cheiros e para todos os gostos. 

Há uma "música" da Adriana Calcanhotto (não tenho certeza se a letra é dela), que começa assim:
Armar um tabuleiro de palavras-souvenirs.
Apanhe e leve algumas palavras como souvenirs.
Faça você mesmo seu micro tabuleiro enquanto jogo linguístico
O meu "micro-tabuleiro" teria hoje, com certeza, as seguintes palavras: "urso panda", "parque da cidade", "cachorro quente",
"crise de riso", "corcel", "fusca", "janela", "Pehaps, Pehaps, Pehaps", "castelinho", "Spoon", "landscape blue", "lavanda", "UOMINI", "Be a flower",
"espirobol", "cheiro de asfalto", "mousse de maracujá", "milho cozido", "narguilé", "coca cola de garrafinha", "juiz veado", "adesivos", 
"banquinho de silicone", "ovo com café", "tuiuiú", "colã", "perna sem pele", "manteiga" e "metrô".

É impossível citar todas as músicas-souvenirs, filmes-souvenirs e lugares-souvenirs. São 23 anos de lembrancinhas acumuladas. O mais legal é que cada palavrinha do meu micro-tabuleiro me lembra um momento, uma época,  e, inevitavelmente, as pessoas que me acompanhavam. Minhas lembranças mais fortes são ligadas a cheiros. Cheiro de pipoca doce me lembra escola, cheiro de manteiga me lembra minha antiga casa. Cheiro de Brigadeiro lembra janela, por-do-sol e "All I want is you". Cheiro de "UOMINI" lembra o Pátio Brasil e cheiro de "Be a flower" me lembra friozinho na barriga. Pena que pararam de fabricar...
Pararam de fabricar "friozinhos na barriga". Mas eu ainda tenho um pouquinho guardado para ocasiões especiais. Afinal, ainda tenho muitos anos de acúmulo de souvenirs =P
"vida é um souvenir made in Hong Kong"

Boas lembrancinhas ;)


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Probabilidades

Qual é a probabilidade de sair de casa e encontrar outras duas pessoas usando a mesma roupa que você num bar?


Qual é a probabilidade de sair de Brasília, se hospedar em um hotel no Rio de Janeiro e encontrar, no saguão, a sua tia do Piauí?
Qual é a probabilidade de ver um acidente de carro acontecendo? De ver uma árvore no exato momento em que ela cai, num dia ensolarado e sem vento em Brasília? (isso aconteceu hoje, aqui na UnB!)
Qual é a probabilidade de um professor na faculdade, que você nunca ouviu falar, ser seu primo distante? Ou então, encontrar alguém na fila do visto para os Estados Unidos, e conversando descobrir que ele é amigo de 20 amigos seus e fez mestrado no mesmo laboratório? De ir para Nova York no único inverno, em 40 anos, que não nevou no natal ? Nadar com um pinguim em uma praia tropical? Não gostar de camarão e encontrar, em uma porção de 12 pastéis, os únicos 3 pastéis de camarão? (Tá, essa é fácil de calcular =P)
Pois é... tudo isso aconteceu comigo nos últimos dias!!! As vezes eu paro e penso: É só comigo que isso tudo acontece?
Para aqueles que entendem um pouco de probabilidades, eu acho que estou sozinha nas pontinhas da curva gaussiana (em rosa no gráfico). Bem naquela região de coisas improváveis, enquanto o mundo inteiro se encontra na parte azul. =/
Será que eu atraio tudo isso? Que forças ocultas no universo determinam que acontecimentos estranhos se concentram em uma pessoa só :-P?
Ah! Eu também já saí de casa no exato momento em que um tiroteio acontecia na ASA NORTE.
Quem mais já passou no meio de um tiroteio em plena terça-feira as 7h50 da manhã, na Asa Norte?

"And isn't it ironic ... don't you think ? "

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Personagem de HQ :)

Excelente! Hoje eu descobri que alguém fez uma personagem de tirinhas que...
retrata a história da minha vida! hahaha Ela faz até engenharia elétrica, corrige relatórios e vai a congressos apresentar trabalhos!

Oh my!!!! Divirtam-se =)

Eu no domingo retrasado, indo pro Rio:
Eu também não sei explicar de forma normal o que eu faço =P E o pior é que não deixa de ser o que ela explicou para o moço. "Optimal power allocation" hum. hehehehehe
Também me senti assim, pra variar!!!! 
Eu na sexta-feira, antes de apresentar: "Até as borboletas na minha barriga estão vomitando"
Sim sim vai acabar! e eu penso: Ninguém vai perguntar nada.
Mas alguém sempre pergunta!!!!
Eu na sexta, exceto pela parte do: "Most exciting results in the field in years" e principalmente pela parte: Wait, you actually think this stuff is good for something?
Eu no domingo:




domingo, 7 de setembro de 2008

Lost somewhere in Rio


"Copacabana princesinha do mar"

Engraçado como as coisas e pessoas podem nos surpreender. Quando eu saí de Brasília, saí empolgada e com medo. Empolgada para reencontrar a Zazá depois de 2 anos... com medo de me expor, de apresentar um trabalho, de ser julgada, de não ser aceita. Em nenhum momento eu me senti empolgada pelo fato de ir ao Rio de Janeiro porque pra mim ele era apenas um pano de fundo para uma semana um tanto confusa da minha vida. E ele me surpreendeu.
Me surpreendeu pelo charme, pela beleza, pela magia, pela amizade. Me surpreendeu pelo mar, pelo ventinho fresco da praia, pelos pinguins na água (?), pelo carinho de uma amizade que mesmo distante se fez presente, e agora com mais um integrante. Me surpreendeu pelo reconhecimento, pela certeza de ter medos infundados, insanos e injustificados.
Confesso que nunca, mesmo já tendo visitado o Rio, o considerei uma cidade maravilhosa. Pra mim, era uma cidade turística normal, com problemas conhecidos e um lugar que eu não tinha tanta vontade de conhecer.
Eu tenho o meu ritmo brasiliense em vias largas, meu céu sempre visível e sempre azul, minha secura, minha calma, meu sossego, meu aconchego, meu cerrado, minha paz. O Rio me trouxe alegria, me trouxe vida em abundância (e passeando pela rua), me trouxe um choro escondido dentro de um bar ao por-do-sol. Me trouxe uma caminhada longa, gostosa, regada a sorrisos e esperanças. O Rio me devolveu as famosas borboletinhas que se escondem no estômagos dos apaixonados e a esperança de que tudo que é ruim vai passar...
Agora eu entendo porque existe a boemia, a bossa-nova, e até a malandragem eternizada nos versos do Chico Buarque. Hoje eu não quero pensar no Rio que só conheci pelos jornais, o Rio feio, que envergonha o Brasil e a si mesmo. Hoje eu quero pensar em Ipanema, no mar de Copacabana, no Arpoador, nos arcos da Lapa e, quem diria, até nos braços abertos do Cristo Redentor.
O Rio conseguiu o improvável pra mim. Hoje eu sou apaixonada por mais uma cidade, que não é Brasília.