quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasília, por que te amo?



Brasília é definitivamente uma cidade de contrastes. Uma cidade onde a dureza do concreto consegue ser leve e desafiar a beleza das formas. Onde o céu, de tão imenso, parece não caber em seu lugar. Onde o nascer e o por do sol são tão lindos, tão maravilhosos, que até tenho a impressão de que os merecemos, por sermos sempre tão corruptos por aqui.


Sim, eu me incluo nos corruptos. Apesar de não o ser, também não faço nada para tirá-los de lá. A não ser votar em quem eu acho que não seja "tão ruim assim". Mas apesar das manchas que essa linda cidade leva nas páginas da sua história, eu continuo a amando.

Sim, eu a amo. Amo cada por do sol. Cada nascer do sol que vi na esplanada. Cada dia cinzento durante a seca, e chuvoso durante o verão. Quando criança, adorava brincar debaixo do bloco, ir pra casa da "tia". E "tia", nunca é a irmã do meu pai ou da minha mãe. É assim que a gente se cumprimentava há alguns anos (e ainda continuo cumprimentando as mães de poucos amigos meus, sem o medo de parecer ultrapassada).

Porque, apesar da frieza que dizem que nós temos por aí, essa é verdadeiramente uma cidade acolhedora. Uma cidade onde pessoas do Brasil inteiro se encontram, se conhecem, procuram conforto. Se não fosse assim, todo mundo já teria voltado pra casa, não teria? Mas não é assim. Hoje somos bem mais de dois milhões de brasilienses felizes. Apesar de tudo...

Apesar do crescimento imobiliário e populacional, nós brasilienses, ainda temos os nossos refúgios. Eu cresci indo à água mineral, comendo milho cozido, vendo macaco prego roubar comida dos outros. E continuo indo lá, quando dá pra ir durante a semana. Adoro ir ao parque da cidade, quem nunca foi? Não é o Central Park, mas quer saber? É melhor! Fica aqui do lado e foi palco de muitas, muitas histórias da minha vida. É quase a minha segunda casa...

Amo a segurança que nós ainda temos, e ainda amo o clima. Nunca é tão, tão quente. Nem tão, tão frio. Só é muito, muito seco, mas acho que eu já me adaptei a isso ao longo dos anos...

E, o que eu mais amo mesmo, é a leveza dos dias. A leveza das formas em concreto, que parecem flutuar ao encontro do céu (que por aqui, é infinito).

Por essas e outras coisas, apesar dos panetones, dos nossos políticos, da segregação e do crescimento populacional desordenado, eu continuo te amando, Brasília. E, se eu puder, vou te amar pelos próximos 50 anos.


Um comentário:

Anônimo disse...

Eu gosto mais de Brasília quando estou com você
=]