domingo, 11 de abril de 2010

Sobre o fim. E o recomeço.

Nos últimos dias (ou meses?), me senti em um sonho. Um sonho desconexo, irreal. Um sonho em que eu não era eu mesma, as pessoas não eram iguais às que eu conheço. Já aconteceu com vocês?

É como se depois de um estresse muito grande, viesse uma sensação de alívio arrebatadora, que te leva por aí, e te arranca daquela sua vida cotidiana.

Então, de repente, me vi achando que podia fazer qualquer coisa que eu quisesse. Ser quem eu não sou. Sair todos os dias, viver só o hoje, sem me preocupar com o amanhã. E eu vivi (ou tentei viver?) um tempo assim. Quase dois meses, na verdade. Tomei atitudes que eu não tomaria normalmente, peguei caminhos que eu nunca pegaria.

E até que foi bom. Sair de você mesmo é muito bom (de vez em quando). Se tivesse que resumir esse período em uma frase, resumiria em uma frase do livro “Alice no país das maravilhas”:

“I almost wish I hadn’t gone down that rabbit hole – and yet – and yet – it’s rather curious, you know, this sort of life”

E, de fato, viver uma vida que aparentemente não é sua, é extremamente tentador. Mas felizmente, isso só é possível por algum tempo. Melhor que viajar, é voltar pra casa com toda a experiência de vida adquirida na viagem, não é mesmo?

Durante essa minha fase impulsiva, mesmo achando que não era o momento, eu decidi ir aos Estados Unidos. Por milhões de motivos. Até usei toda a minha cara de pau para pedir férias, antes mesmo de começar a trabalhar, só para ter um tempinho de ver o meu amor. Normalmente, eu não teria usado minha cara de pau e teria deixado a oportunidade passar...

E quanta coisa eu teria perdido, não é mesmo? Oportunidades são únicas. Não quero mais deixar minha vida pra depois. O depois, é só o agora de antes.

Se eu tivesse hesitado, não teria visto uma das coisas mais belas da minha vida: as flores das cerejeiras, que só existem durante uma semana. Isso que é uma oportunidade, não é? Das 52 semanas do ano, eu escolhi justamente essa. E por acaso...

Acho que essa fase de “ não-Erika” até foi bastante produtiva. Não vou contar da viagem, porque eu queria dedicar um post só pra falar dela (talvez até mais de um). Mas essa fase de não-Erika, me fez enxergar que as vezes, eu perco oportunidades só por ter receio de falar certas coisas. Receio do que “vão pensar de mim”, receio do que “vai acontecer se...”. Eu sou mestre em fazer esse tipo de coisa, e em todas as minhas situações hipotéticas eu sempre me dou mal. Que tédio.

Hoje é o fim da minha fase de não-Érika. Mas, amanhã, no recomeço da minha vida “normal”, em que eu começo no meu novo emprego, eu espero que algumas das minhas características recém adquiridas continuem me acompanhando, não é mesmo?

Afinal, se nós não tomarmos rédeas das nossas próprias vidas, quem vai tomar? Se nós tivermos medo/receio de tudo, onde vamos chegar?

E eu quero chegar muito, muito longe.


2 comentários:

Maria Lopes disse...

Vc vai chegar muito mais longe do que imagina ou quer! uma pessoinha especial q vc é... que bom que algumas caracteristicas vão ficar, espero que as saídas, mesmo que não todos os dias, pq ninguem aguenta, continuem!!! rs

Renan disse...

E eu quero chegar muito longe com você
May I?
=]

Eu ia postar um texto no meu blog, só pra sacudir a poeira...
Mas fiquei com vergonha depois que li seu texto aqui. Ele ficou tão bom...