sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O último que sair apaga a luz!


Essa expressão era bastante utilizada nos anos 80 e 90 aqui em Brasília nessa época do ano, pois retratava o vazio da cidade quando todos viajavam para aproveitarem as festas nas cidades de origem. Por ser uma cidade bem nova, de apenas 48 anos, é difícil encontrar adultos filhos de pais brasilienses e talvez isso justifique a migração temporária dos brasilienses para outros estados em dezembro. Eu costumava ser uma dessas, mas esse ano fiquei por aqui pra apagar a luz enquanto observo os amigos e parentes indo embora para rever a família.
O que pude observar é que Brasília é cinza em dezembro. Mas o cinza é diferente daquele que vemos em setembro por causa da seca. O cinza "dezembrino" é da umidade, das chuvas que caem a todo instante. Se em setembro eu escrevi um post pra comemorar o primeiro dia de chuva, em dezembro eu escrevo pra retratar os raros dias de sol. Mas até esse cinza tem a sua beleza, porque realça as famosas luzes de natal eternizadas em "Faroeste Caboclo":

E João aceitou sua proposta
E num ônibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal

"Meu Deus, mas que cidade linda,
No Ano-Novo eu começo a trabalhar"

É, Brasília é linda no natal. Hoje eu passei pelo eixo monumental e pude ver todos os enfeites, desde o presépio do Memorial JK, até as luzes dos ministérios. O cinza do dia vem pra combinar com a solidão melancólica (e bela) da cidade em dezembro e destacar as luzes a noite.
Sei que daqui a alguns anos isso não vai ser mais verdade. Daqui a alguns anos os filhos de brasilienses farão a migração contrária, da capital para o resto do país e retornarão apenas para passar as festas. Isso deixará a cidade mais agitada, mais alegre, com um clima mais natalino.
Enquanto esse dia não chega, eu fico aqui solitária e observando o silêncio, a calma e a tranquilidade dessa cidade que eu amo, e que é tão peculiar. Às vezes eu até me pergunto se eu conseguiria viver em algum outro lugar, que não tivesse esse céu, essa dinâmica (ou falta de dinâmica), essa secura, esse cinza, essas luzes e esse ritmo. Espero que sim, mas nunca vou deixar essa cidade de lado, afinal, eu tenho todo o orgulho de ter nascido aqui...


4 comentários:

Luciana disse...

Quanta "poesia" no que vc escreve... Eu fico assim, meio perdida! Não é por não entender, de forma alguma! É por sentir demais cada palavra sua... Li esta postagem mais recente sobre o Natal em Brasília, as luzes, este lugar que acabou mexendo mto comigo e me deixando amizades marcantes, bem como li as postagens anteriores, inclusive qd vc fala sobre o saldo de 2008. E eu lembro sobre sua despedida de 2007, lembro mta coisa, lembro bem da minha tbm... E só posso dizer que 2008 se despede com aquele gostinho de que 2009 abre espaço pra começos, recomeços e a continuação de coisas que podem ser ainda melhores! Amo vc... Demais! =*

Anônimo disse...

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Zaíra Bosco disse...

Muito lindinho seu post!
Fiquei impressionada porque no meu último natal em Brasólia não tinha nada de presépio nem de árvore. A cidade deve estar mesmo mais charmosinha com os enfeites. Eu adiciono às causas do esvaziamento da cidade, a busca do mar.
;)

Renan disse...

É mesmo...eu às vezes esqueço que voce é brasiliense, que nem a Juju
=p