Manhã de algum dia de outubro, em 2001. Três adolescentes, entediadas com a aula de física, resolvem trocar bilhetes para o tempo passar mais rápido. Como sempre ficam sem assunto, uma delas resolve apelar e perguntar como elas imaginam sua vida em 20 anos.

Sete anos se passam, é dezembro de 2008. O bilhete que elas trocaram naquela manhã é encontrado... revelando que nem de longe,acertaram como seria suas vidas em 20 anos.
Tudo bem que não se passaram 20 anos, mas em sete o rumo de nossas vidas se distanciou MUITO das nossas previsões aos 16 anos de idade! Pois é, eu era uma das adolescentes e as outras duas são (quase) as únicas leitoras desse blog! Pelo menos a amizade persistiu a esse tempo todo.
Não vou revelar o conteúdo de todas as (desastrosas) previsões, vou revelar só a minha e com o único objetivo de provar que não adianta fazer planos quando se tem 16, 23 ou 50 anos, porque a vida sempre vai encontrar um jeito de se fazer inesperada.
Aos 16, eu imaginava que aos 36 eu seria uma advogada. Passaria o dia inteiro em tribunais (e advogado faz isso hoje em dia? hihi), teria um casamento falido porque, simplesmente, daria mais valor ao trabalho do que a família. Deu pra perceber que naquela época eu não era uma pessoa muito otimista com às minhas relações pessoais, deu pra perceber também que eu estava bitolada com o vestibular (pois é, eu fiz esse vestibular pra direito) e achei que minha vida continuaria assim eternamente.
Como eu era espertinha, sabia que era difícil controlar todas as variáveis da vida, fiz uma outra previsão: Se o plano A não desse certo, em tinha o plano B. E o plano B era ir aos Estados Unidos, para trabalhar em um centro de pesquisa bem avançado. Olha que o plano B se mostrou bem mais coerente com algumas escolha que fiz desde aquela época...
Aos 23 eu sou engenheira, iniciei um mestrado e quase me tornei a pesquisadora do plano B. Exceto pelo fato de que o plano B incluía pesquisas em engenharia genética, e o meu mestrado é em telecomunicações (no cerrado mesmo, a milhares de quilômetros dos EUA)! As chances de ir para "um centro de pesquisa bem avançado" são mínimas, já que atualmente eu nem sei se vou me tornar "mestre" um dia. Aos 23 estou longe, bem longe de casar e muito mais longe de ter um casamento falido. Imagina ? Ô criaturinha pessimista esse meu "eu" do passado.
De uma coisa eu tenho certeza: Aos 16, no verso desse bilhete, eu combinei um passeio com a Zaíra e a Taíssa a Ermida Dom Bosco. Aos 23, eu realizei o passeio! Por motivos óbvios, só com a Taíssa. Mas não me atrevo a dizer que não realizarei esse passeio algum dia com a Zazá também ;).